Sarney, o sacrificado
A posse dos novos deputados e senadores terça-feira passada revelou ao Brasil um homem público altruísta, abnegado, desprovido de qualquer vaidade e dedicado integralmente a servir ao povo.
Você pode até se perguntar:
- Peraí? E existe esta pessoa na vida real? E ainda por cima político?
Esqueci de dizer: e cínico, muito cínico também!
O senador José Sarney, maranhense que se elegeu pelo Amapá, é o último representante das velhas oligarquias políticas que dominaram o cenário brasileiro nos últimos 50 anos.
Ele é governista há 60 anos - seja lá qual governo for.
É um camaleão: muda de cor ao sabor da ocasião, embora nas últimas décadas sua cor tenha sido a mesma cor do governo.
Exímio articulador, bem relacionado em todas as esferas de poder, influente nas cortes e no Executivo, nesta semana ele também se revelou o maior cara de pau em atividade no cenário público brasileiro.
A um batalhão de repórteres de jornais, rádios, revistas e portais de internet, ele disse com lágrimas nos olhos e voz embargada - para espanto de todos - que a sua candidatura a Presidente do Senado pela quarta vez representava para si "um enorme sacrifício pessoal".
Imagine, caro baladeiro/leitor do Créu do BNB, quão sacrificante é a vida de um Presidente do Senado:
- salário de 27 mil por mês mais carro com motorista, segurança 24 horas por dia, um séquito de assessores e todas as mordomias possíveis e imagináveis - e até inimagináveis também;
- 13º e 14º salários;
- passagens aéreas para qualquer destino, no Brasil ou no mundo, a custo zero;
- plano de saúde vitalício, avião com UTI de prontidão e assistência odontológica eterna;
- orçamento anual de R$ 3 bilhões, superior ao de cidades como Porto Alegre;
- cota infinita para gastar com telefone e emitir correspondências;
- mansão no Lago Sul, área nobilíssima de Brasília, com mais de 50 funcionários à disposição, incluindo camareiras, cozinheiros, jardineiros e segurança, tudo por conta da muda.
Deve ter óleo de peroba de graça também...
Enquanto o pobre Sarney, um homem octogenário, se submete a estes sacrifícios desumanos, nós, os privilegiados cidadãos, usufruímos do SUS, do transporte coletivo com ar aquecido, das praias poluídas, da excursão em 12 suaves prestações...
Tadinho do Sarney!
A posse dos novos deputados e senadores terça-feira passada revelou ao Brasil um homem público altruísta, abnegado, desprovido de qualquer vaidade e dedicado integralmente a servir ao povo.
Você pode até se perguntar:
- Peraí? E existe esta pessoa na vida real? E ainda por cima político?
Esqueci de dizer: e cínico, muito cínico também!
O senador José Sarney, maranhense que se elegeu pelo Amapá, é o último representante das velhas oligarquias políticas que dominaram o cenário brasileiro nos últimos 50 anos.
Ele é governista há 60 anos - seja lá qual governo for.
É um camaleão: muda de cor ao sabor da ocasião, embora nas últimas décadas sua cor tenha sido a mesma cor do governo.
Exímio articulador, bem relacionado em todas as esferas de poder, influente nas cortes e no Executivo, nesta semana ele também se revelou o maior cara de pau em atividade no cenário público brasileiro.
A um batalhão de repórteres de jornais, rádios, revistas e portais de internet, ele disse com lágrimas nos olhos e voz embargada - para espanto de todos - que a sua candidatura a Presidente do Senado pela quarta vez representava para si "um enorme sacrifício pessoal".
Imagine, caro baladeiro/leitor do Créu do BNB, quão sacrificante é a vida de um Presidente do Senado:
- salário de 27 mil por mês mais carro com motorista, segurança 24 horas por dia, um séquito de assessores e todas as mordomias possíveis e imagináveis - e até inimagináveis também;
- 13º e 14º salários;
- passagens aéreas para qualquer destino, no Brasil ou no mundo, a custo zero;
- plano de saúde vitalício, avião com UTI de prontidão e assistência odontológica eterna;
- orçamento anual de R$ 3 bilhões, superior ao de cidades como Porto Alegre;
- cota infinita para gastar com telefone e emitir correspondências;
- mansão no Lago Sul, área nobilíssima de Brasília, com mais de 50 funcionários à disposição, incluindo camareiras, cozinheiros, jardineiros e segurança, tudo por conta da muda.
Deve ter óleo de peroba de graça também...
Enquanto o pobre Sarney, um homem octogenário, se submete a estes sacrifícios desumanos, nós, os privilegiados cidadãos, usufruímos do SUS, do transporte coletivo com ar aquecido, das praias poluídas, da excursão em 12 suaves prestações...
Tadinho do Sarney!
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